Ed. Mova - Proposta para o 2° Aberto de Arquitetura promovido pela Weefor

Projetar um edifício residencial representa sempre um desafio e uma responsabilidade para com a cidade, seus vizinhos e seus diversos moradores. Sendo assim, o projeto proposto busca materializar em edifício os valores de uma sociedade mais coletiva, empática e responsável.

Localizado na esquina entre a Rua Cândido Xavier e a Avenida Sete de Setembro, os moradores do novo empreendimento terão acesso a uma infraestrutura urbana privilegiada. A região possui uma diversidade de serviços e comércios marcante, além de fácil acesso a rede de transporte público e à malha cicloviária da cidade - utilizada na região tanto para fins de locomoção, quanto de lazer.

O partido adotado então, separa a massa edificada do projeto em dois volumes, visando não só o melhor aproveitando do lote, mas também um menor impacto no fluxo de ventos da região, a maximização da luz natural em todas as unidades, e ainda uma maior leveza visual do empreendimento na paisagem urbana. O primeiro volume - localizado na maior porção do lote junto à esquina - abriga uma torre de oito pavimentos com mezanino, com um total de 47 apartamentos e 2 lojas voltadas para a rua no seu pavimento térreo. As lojas criam uma vitalidade na interface do espaço público e privado, de modo similar ao que já ocorre na região - os olhos da rua. Já o segundo - localizado na parte interna e mais estreita do lote - abriga uma torre mais baixa, de 6 pavimentos com mezanino, com 12 apartamentos (sendo destes, 2 unidades duplex garden). Essa diferença de altura proporciona um dinamismo a volumetria do projeto e minimiza a sombra projetada pela edificação.

Apesar de independentes, ambas as torres se organizam a partir de uma mesma malha estrutural, criada a partir de um eixo estruturante alinhado à porção mais alongada do lote. Essa racionalidade construtiva, econômica e eficiente, resulta também no bom aproveitamento da área de subsolo: consolidado em dois níveis, com um total de 102 vagas. Além disso, o térreo comum, majoritariamente ocupado por espaços coletivos, criam uma praça de encontro para os moradores.

Enquanto isso, internamente, as unidades foram projetadas com metragens confortáveis - variando entre 90m2 e 160m2. Todas as plantas disponíveis possuem algum grau de flexibilidade na sua apropriação e uso, de modo que a moradia seja capaz de abraçar não apenas as diferenças de cada família, mas também as diversas fases da vida de cada uma.

Por fim, a materialidade do edifício foi construída a partir da leitura de referências arquitetônicas da cidade. O embasamento, revestido em blocos de pedra natural, faz menção aos muros das antigas residências que ocupavam o lote. Nas torres, as lajes marcadas em concreto aparente, explicitam a lógica estrutural e volumétrica do empreedimento, simplificando o seu entendimento. Paralelamente, os volumes criados pela organização de suas divisórias internas, são revestidos de ladrilho hidraúlico azul, cor característica nos interiores de uma das antigas casas que estavam ali presentes. Referências não literais, mas que sutilmente ajudam na construção de uma identidade para o empreendimento e sua relação de pertencimento ao contexto no qual se insere.